Biografia
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Érica
Maria Silva Montenegro de Mélo (05/05/1981) é paraibana, mas vive no Recife desde 2004. Deixou Campina
Grande para viver um grande amor, as alegrias de ser professora de escola
pública no Recife e trabalhar com o acompanhamento pedagógico na Secretaria de
Educação do Jaboatão dos Guararapes. Pedagoga (UFCG) com Pós-graduação em
Psicopedagogia (UEPB) e Mestrado em Ciências da Linguagem (Unicap – PE), divide
seu amor entre a sua família e seu trabalho com a educação. Professora de
Biblioteca, na Escola Municipal do Coque, todos os dias alimenta sua paixão pelos
livros de Literatura Infanto-Juvenil. Trabalha como professora do curso de
Pedagogia e na Pós-graduação, vivenciando as alegrias do trabalho com a
linguagem e as histórias para o público jovem e adulto. Participa como
Voluntária/ Conselheira Consultiva da Empreende-ler – associação para o trabalho
com empreendedorismo e contação de histórias. É contadora de Histórias e está
se especializando em Literatura Infanto-juvenil.
Perguntas:
1- Como surgiu o interesse por ser contadora de histórias?
A contação foi consequência
da publicação do meu primeiro livro: De lagarta a Borboleta... Que
transformação (Ed. Edificantes – Recife, 2007).
Comecei a ir nas escolas e
na convivência com as crianças, senti a necessidade de começar a contar a minha
história e de outros livros. Então fui fazendo isso e estudando, até que,
quando vi, estava contando!
2- Como você escolhe as
histórias que vai contar?
Na verdade, são as histórias
que nos escolhem! Mas quando preciso definir eu me deixo guiar pelo propósito do
momento e procuro aquelas que tem a ver com o que estamos fazendo. Mas sempre
há espaço para contar aquelas que combinam com quem está ouvindo também.
3- Qual livro de história infantil sobre inclusão
você indica para trabalhar em uma sala de aula onde há a presença de alunos
especiais? E quais recursos utilizar?
É um desafio pensar em
histórias assim, com uma temática. Mas eu gosto muito de Na minha
escola todo mundo é igual (Rossana Ramos) Rodrigo enxerga tudo (Merkiano
Charan Filho) e Como um peixe na água (Daniel
Nesquens)
4- Ao contar uma história, você faz adaptações de
acordo com a idade de quem irá ouvi-la?
Essa coisa da adaptação é
bem delicada, porque, na verdade, o próprio leitor já realiza essas adaptações
inconscientemente. Geralmente eu conto tal como a história é, tentando não
comprometer o sentido, porque quando é uma boa história, ela vai chegar nos
ouvidos do leitor do jeitinho que ele precisa, no caminho que ele trilhar.
5- Que tipo de história você gosta de contar?
Essa pergunta é bem
inquietante, porque na verdade eu gosto de contar de tudo, desde que eu não
precise memorizar o texto para declamar, porque minha memória não ajuda. Mas
tenho um carinho especial pelos contos maravilhosos.
6- Você tem um livro de história infantil
favorito? Qual?
Sim... Tenho vários! Mas
livro é como paixão de adolescente: o novo sempre é mais forte! (RS!), então eu
costumo dizer que tem alguns que ficam para sempre em nossa história. Acho que
o meu preferido é A força da palmeira (Anabella Lopéz)
7- Qual o maior desafio, para você, no momento de
escrever histórias?
Há grandes monstros que
assombram minhas histórias: a falta de tempo para me dedicar a elas e a
dificuldade de encontrar editoras que se disponham a analisar originais de
autores desconhecidos, como eu.
Mas o pior deles é a
responsabilidade em escrever algo que seja impactante, que de às pessoas o
prazer de ler.
8- Quais os livros que você já
escreveu?
Publiquei três livros pelas Edições
Edificantes do Recife: De
lagarta a Borboleta: que transformação! (2007); Corrida
Maluca (2009) e Mistério
no Sítio (2011). Em 2013 a Editora IMEPH publicou A
Casa do Caracol.
Em 2017
publicamos, em parceria com poetas, a Coletânea
Pegadas da Escrita. Também foi publicado o conto O beijo no livro Palavras
de Papelão, numa coletânea de textos de amigos, em cartonaria.
Além
disso, escrevo Literatura de Cordel, e tenho cerca de vinte títulos publicados.
9- Qual dica você daria para um
professor que quer se tornar um contador de histórias?
Primeiro ele precisa ser leitor. Ler é
a primeira coisa para quem quer contar. A segunda coisa é ouvir, porque não é
suficiente ser contador de histórias. A escola precisa também de pessoas que
sejam mediadoras de leitura, que sejam capazes de ajudar as crianças a
construírem sentidos e isso se pode fazer também quando se escolhe uma boa
história para ler. A terceira coisa é procurar estudar, porque a formação para
ser contador de histórias nos oferece a possibilidade de fazer um trabalho com
qualidade e identidade.
10- Há diferença entre ler e contar uma história? Qual?
São muitas diferenças, inclusive
esse é um conteúdo denso e diverso, porque muitas pessoas pensam ler e contar
como sinônimos. Na verdade, ler a história requer uma “performance” diferente,
porque a expressão corporal, a leitura do texto, a forma como se olha para as
pessoas que estão ali, os gestos e as imagens que a gente vai construindo enquanto
lê são diferentes de quando se conta uma história sem o livro. No entanto,
gosto muito de enfatizar que, para se formar leitores, a leitura é, talvez,
mais importante, que só ouvir a história. Mas as crianças precisam ter acesso a
essas duas práticas, sempre!